O diálogo com a sociedade permeia todas as atividades desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás (PrE|UEG). No último ano, o número de projetos desenvolvidos na UEG quase dobrou.
O professor Marcos Antônio Cunha Torres, à frente da PrE, enfatiza que a extensão universitária deve dialogar efetivamente com as diversas áreas da sociedade e promover o contato dos estudantes com as comunidades locais, criando, assim, a consciência social.
Para 2016, a intenção é ampliar algumas ações, dando ênfase às incubadoras sociais. Outro foco será a incorporação das atividades de extensão ao currículo da graduação e a criação de novos indicadores que mensurem o impacto das ações realizadas pelos projetos da Universidade.
A série UEG Entrevista desta semana traz as temáticas de responsabilidade social e empreendedorismo abordadas pelo pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, professor Marcos Torres.
Confira a entrevista na íntegra:
Quais são os principais focos de atuação da PrE?
Certamente, o primeiro foco da PrE resulta do próprio perfil da Universidade, que é a formação continuada de professores da educação básica. Por isso, nós temos uma enorme quantidade de projetos que remetem a esse compromisso com a educação. Também temos um conjunto de projetos que estão orientados para a agroecologia, educação do campo e para o processo de desenvolvimento sustentável, que é outro pilar muito importante.
Outro ponto que precisa de destaque é a atuação da PrE no Programa de Incubadoras (Proin.UEG). É importante lembrar que essas incubadoras não devem ser somente as tecnológicas, mas também incubadoras sociais.
Todos esses focos estão comprometidos com a ideia de responsabilidade social. A Universidade precisa ter o compromisso com a diversidade de gênero, de orientação sexual, de origem social. Todos esses elementos permeiam, hoje, as áreas fundamentais de nossa atuação.
O que a extensão representa para os estudantes e para as comunidades em que a UEG está inserida?
A extensão representa o diálogo da Universidade com a sociedade, tendo o compromisso de divulgar e difundir conhecimento, recolocando saberes dentro da Universidade. Isso significa que a extensão tem um sentido próprio de formação: os estudantes não devem se graduar sem essa experiência. É com esse tipo de atividade que a formação profissional será mais cidadã e contribuirá mais para a sociedade em seu processo de inclusão e desenvolvimento.
Houve aumento nos projetos de extensão da UEG, saindo de 400 e chegando a quase 700 no último ano. O que isso significa para a Universidade?
Esse aumento significa a ampliação da possibilidade de diálogo entre Universidade e comunidade. É importantíssimo que a UEG tenha uma identidade institucional que seja cada vez mais capaz de dialogar em torno de seus compromissos. Esses compromissos são inclusão, sustentabilidade e respeito à diversidade.
Sempre que criamos o diálogo direto da comunidade com a Universidade, esses compromissos se reafirmam e têm impacto sobre o processo de pesquisa e sobre a produção de conhecimento desta Instituição.
Qual tem sido a atuação na UEG no que diz respeito ao fomento ao empreendedorismo por meio do Proin.UEG?
Nós já conseguimos, em nossa trajetória do Proin.UEG, estruturar tanto a parte de incubação quanto a graduação de empresas.
É importante enfatizar que, ao falar em inovação, não podemos considerar apenas a inovação tecnológica fechada em si mesma, pois ela também precisa ser um espaço de inovação na sociedade, abrindo possibilidades para setores sociais que são historicamente excluídos.
Por isso, a PrE tem trabalhado para ampliar o horizonte da incubação. Não focaremos apenas na base tecnológica, mas buscaremos programas que estimulem a economia solidária, comprometendo-nos com o que se chama incubação social. Fundamentalmente, isso representa o estímulo, o apoio e a formação voltada para a economia solidária com o compromisso da inclusão.
Além do Proin.UEG, outra frente de atuação da UEG para o empreendedorismo são as empresas juniores. Qual a importância delas na formação acadêmica?
As empresas juniores compõem parte da formação empreendedora, que é importante para a profissionalização. Profissionalizar não significa apenas formar para a inserção no mercado de trabalho. É também abrir horizontes para que os nossos estudantes possam ser geradores de renda a partir de seus próprios investimentos.
Esse diálogo entre a profissionalização e a experiência para o empreendimento é fundamental para a formação dos estudantes. O Núcleo de Empresas Juniores da UEG (NEJ.UEG) é um programa que atua diretamente no apoio dessas empresas, incentivando nossos acadêmicos a ampliar suas formações.
Quais serão as prioridades de atuação em 2016?
Apesar de diversas tentativas, a UEG ainda não tem um programa de gênero e diversidade social, que é muito importante para a vida da sociedade e sua interlocução social. Esse será um de nossos focos em 2016.
Temos nos voltado para a discussão sobre a curricularização da extensão, conforme está previsto no Programa Nacional de Educação (PNE). A curricularização da extensão permite que todo estudante que se gradue na Universidade tenha um lastro nesse diálogo com a sociedade.
Também priorizaremos o desenvolvimento de indicadores que nos permitam avaliar a qualidade da extensão que nós realizamos.
São esses os principais desafios que queremos enfrentar no ano de 2016, qualificando cada vez mais a extensão para que ela possa continuar contribuindo na construção acadêmica da UEG, já que ela é parte fundamental da identidade, da cara, da vida e da história dessa Universidade.