Maria Lúcia, do Quilombo Urbano Jardim Cascata fala na plenária do I Encontro de Lideranças Negras
Foto: Bruna Brandão
A Pró Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis (PrE- UEG) por meio da Coordenação de Cultura e a Superintendência de Igualdade Racial por meio da Gerência de Comunidades Tradicionais (Secretaria Cidadã) reuniram-se a fim de discutirem as 16 metas levantadas em plenária no I Encontro de Lideranças Negras, realizada nos dias 23 e 24 de julho de 2016 integrando o XVI Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros (relembre aqui). As conclusões desse grupo de trabalho serão apresentadas no II Encontro de Lideranças Negras a ser realizado no XVII Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, na segunda quinzena de julho de 2017.
Na ocasião foram debatidas propostas e ações que visam a valorização da cultura tradicional e popular dos 39 sítios arqueológicos quilombolas do Estado de Goiás, essas a serem executadas a partir da segunda quinzena de abril, que resultará, entre outras coisas, na participação dos jovens kalungas na elaboração de projetos culturais para que possam captar recursos para o desenvolvimento cultural de suas comunidades.
As metas da plenária
A plenária quilombola que ocorreu no encontro de culturas levantou demandas dessas comunidades tradicionais compendiadas em 16 metas.Com discussões referentes à valorização da cultura tradicional e popular do povo negro e a busca por melhores condições de vida para a população quilombola, especialmente as do estado de Goiás, uma série de demandas foram apontadas como chave na luta anti-racial durante a Plenária Quilombola.
1. Acompanhar e dar ampla divulgação para a questão fundiária no estado de Goiás. Com foco na Fazenda Fundão no Engenho II e no processo das terras devolutas do Sítio Histórico Kalunga.
2. Acompanhar e cobrar ações de fortalecimento da agricultura familiar, garantindo a sustentabilidade alimentar e geração de renda das comunidades quilombolas.
3. Fortalecer os empreendimentos afrocentrados no sentido de capacitação e preparação dos produtos da comunidade negra e quilombolas para comercialização junto ao SEBRAE e aos governos municipais, estadual e federal.
4. Articulação da rede de professores das comunidades tradicionais para formação continuada e real implementação da história afro-brasileira, da comunidade e dos saberes tradicionais regionais.
5. Construção de uma grade curricular que tenha em si a realidade cultural e social das comunidades.
6. Campanha de e acompanhamento interrupto da implementação da cultura tradicional e das demandas básicas de acesso, inclusão e permanência desses povos à educação. Incluindo neste caso também as demandas de transporte para acesso à Educação.
7. Apoio da Universidade Estadual de Goiás na capacitação das comunidades quilombolas do estado de Goiás, em especial à comunidade Kalunga, no que tange a elaboração e aprovação de projetos no Fundo de Cultura e outros editais públicos.
8. Valorização das festas e saberes tradicionais na educação básica.
9. Mapeamento dos produtores quilombolas para apoio direto.
10. Desenvolvimento de atividades acadêmicas no Sítio Histórico Kalunga como contrapartida dos acadêmicos que produzem pesquisas e artigos acadêmicos sobre esses grupos.
11. Recomendação do Ministério Público de Goiás para que as Universidades emitam pareceres, avaliações e soluções sobre as questões analisadas nas produções acadêmicas relacionadas às comunidades tradicionais.
12. Estruturação das comunidades para receber circuitos turísticos, sobretudo no período de festas tradicionais.
13. Elaboração de plano de ação para a destinação correta dos resíduos sólidos que são gerados durante o Calendário de Festas das comunidades tradicionais;
14. Fortalecimento do calendário de festas e do turismo rural quilombola.
15. Ações de intercâmbio entre experiências exitosas de sustentabilidade no meio rural e tradicional.
16. Mapeamento das religiões de matiz africana no estado de Goiás para ações de valorização e de combate à intolerância religiosa.